Os Sacerdotes
As 5 Ofertas Levíticas
Os
Sacrifícios
|
ste sistema de sacrifícios
foi ordenado por Deus e foi colocado no centro e no coração da vida
da nação judaica. O que quer que os judeus pensassem, naquela
ocasião, por causa do sacrifício contínuo de animais e o fogo
ardendo continuamente no altar do holocausto, não há nenhuma dúvida
de que era Deus quem estava impregnando nos corações de cada homem
uma consciência do pecado de cada um. Uma lição objetiva que
faria marcas na vida de cada pessoa; um quadro de
longa duração do sacrifício vindouro do Messias. Os sacrifícios
apontaram a Ele e foram cumpridos
n'Ele. |
O Culto no Antigo Testamento
(nt)
Há muitas instruções
para o sacrifício ao longo do Pentateuco, mas em Levítico são dedicados os
capítulos 1-7 completamente às 5 ofertas levíticas que eram os
principais sacrifícios usados nos rituais. Eles descrevem 5 tipos de
ofertas: O Holocausto, a Oferta de Manjares, a
Oferta Pacífica, a
Oferta pelo Pecado, e
a Oferta pela Culpa, cada uma
delas com suas variantes (nt)).
As três
primeiras ofertas eram ato voluntário de adoração. As outras duas, de
expiação obrigatória pelo pecado cometido sem (ou com) intenção (nt).
Cada um dos
sacrifícios foi cumprido exclusivamente em Jesus
Cristo.
O
Holocausto
O holocausto era
um sacrifício a ser completamente queimado. Nada dele era comido, e
então o fogo consumia o sacrifício inteiro. É importante notar que o fogo
jamais se apagava:
Lv 6:13 "O fogo arderá continuamente sobre o altar;
não se apagará."
O
adorador israelita trazia um animal masculino (um touro, cordeiro,
cabra, pombo, ou
rola, que dependem da riqueza do adorador) para a porta do Tabernáculo.
Lv 1:3
"Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem defeito; à
porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante
o SENHOR".
O animal
devia ser sem defeito. O adorador então colocava suas mãos na cabeça
do animal, e em consciência que este animal inocente estava sendo reputado
por pecador, ele buscaria ao Senhor para perdão, e então mataria o animal
imediatamente.
Lv 1:4-9 "E porá a sua mão sobre a cabeça do
holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação. Depois
degolará o bezerro perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os
sacerdotes, oferecerão o sangue, e espargirão o sangue em
redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação.
Então esfolará o holocausto, e o partirá nos seus pedaços. E os filhos de
Arão, o sacerdote, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre
o fogo. Também os filhos de Arão, os sacerdotes, porão em ordem os
pedaços, a cabeça e o redenho sobre a lenha que está no fogo em cima do
altar; Porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-ão com água; e o
sacerdote tudo isso queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada,
de cheiro suave ao SENHOR".
Os sacerdotes eram responsáveis por lavar as várias
partes do animal antes de colocar sobre o altar:
Lv 1:6-9 "Então esfolará o
holocausto, e o partirá nos seus pedaços. E os filhos de
Arão, o sacerdote, porão fogo sobre o altar, pondo em
ordem a lenha sobre o fogo. Também os filhos de Arão, os sacerdotes, porão
em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho sobre a lenha que está no fogo
em cima do altar; Porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-ão com
água; e o sacerdote tudo isso queimará sobre o altar; holocausto é, oferta
queimada, de cheiro suave ao SENHOR."
Depois, na história de Israel haviam ofertas queimadas
feitas duas vezes por dia, uma pela manhã e uma ao entardecer (quando
aparecia a primeira estrela):
Nm 28:3-4 "E dir-lhes-ás: Esta é a oferta queimada
que oferecereis ao SENHOR: dois cordeiros de um ano, sem defeito, cada
dia, em contínuo holocausto; Um cordeiro sacrificarás pela manhã, e o
outro cordeiro sacrificarás à tarde; "
O Holocausto, como oferta queimada, era
realizada para reconciliação dos pecados do povo contra o Senhor, que os
separavam de Deus, e era uma oferta de dedicação contínua de suas vidas ao
Senhor.
O holocausto era, assim, a oferta de expiação pelo pecado.
Uma expressão de dedicação, devoção e total entrega a Deus.(nt)
A Oferta de Manjares
Os Israelitas ofereciam
manjares (cereais) ou legumes além dos animais. Levítico capítulo 2
menciona 4 tipos de ofertas de cereal, e dá instruções de preparo para
cada uma delas. O adorador poderia oferecer massa de farinha de
trigo assada em um forno, cozida em uma forma, frita em uma panela, ou
amassada para fazer pão para uma oferta de primícias (como na oferta das Primícias,
oferecidas nas Festas - nt). Todas as ofertas de manjares eram feitas com
óleo e sal e nenhum mel e fermento seria usado (óleo e sal preservariam,
enquanto o mel e fermento deteriorariam). O adorador também traria uma
porção de incenso puro.
As ofertas de manjares eram trazidos a um
dos sacerdotes que levavam isto ao altar e lançavam uma "porção memorial"
ao fogo e faziam o mesmo com o incenso. O sacerdote comia o restante, a
menos que ele mesmo estivesse trazendo a comida como oferta, e ele a
queimaria por inteiro.
A oferta de manjares ou oferta de
cereais era o reconhecimento da bondade e providência divina e ato de
devoção a Deus (nt). O propósito da oferta de manjares
era um oferecimento de presentes ou uma primícia especial (nt), e fala de uma vida que é dedicada a
dar, e à generosidade.
As Ofertas Pacíficas
A oferta pacífica era uma comida que foi dada pelo
Senhor aos sacerdotes, e às vezes ao cidadão comum. O adorador trazia bois
ou vacas, ovelhas ou uma cabra. O ritual foi comparado com o das ofertas
queimadas, até ao ponto de queimar, onde o sangue de animais era vertido
ao redor das extremidades do altar. Eram queimadas a gordura e as
entranhas, e o restante era comido pelos sacerdotes, e, (se fosse uma
oferta espontânea) pelos adoradores. Este sacrifício de louvor e ação de
graças era quase sempre um ato voluntário.
As ofertas pacíficas,
incluíram bolos sem levedura. Os sacerdotes comiam tudo, menos a porção
comemorativa dos bolos e certas partes do animal, no mesmo dia que o
sacrifício era feito, e quando o adorador os levava juntos, como
oferta voluntária, o adorador poderia comer durante 2 dias do animal
inteiro, menos o peito e a coxa direita que era comida pelos sacerdotes.
Jacó e Labão deram suas ofertas pacíficas quando eles fizeram o
seu pacto (Gn 31:43 ss). Era exigido fazer estas ofertas quando se fizesse
um voto de consagração à Deus, e Lhe agradecendo com louvores, enquanto
espontaneamente se traziam as ofertas voluntárias.
A oferta
pacífica, também conhecida como oferta de comunhão, era uma oferta de
ações de graças e comunhão, e incluía uma refeição comunitária. Podemos
ver nela a Ceia, que mais tarde veio a ser a ceia da Páscoa e que evoluiu
para a Ceia do Senhor (nt).
A Oferta pelo Pecado
As Ofertas pelo pecado
expiavam (liquidavam a dívida por completo) das fraquezas e fracassos não
intencionais dos adoradores e dos fracassos diante do
Senhor.
Lv
4:1-4 "FALOU mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de
Israel, dizendo: Quando uma alma pecar, por ignorância, contra alguns dos
mandamentos do SENHOR, acerca do que não se deve fazer, e proceder contra
algum deles; Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá
ao SENHOR, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por
expiação do pecado. E trará o novilho à porta da tenda da congregação,
perante o SENHOR, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e degolará o
novilho perante o SENHOR".
Cada classe de pessoas tinha várias ordenanças para
executar:
Os pecados do sumo
sacerdote requeriam o oferecimento de um touro, e
o sangue não era vertido no altar mas aspergido do dedo do sumo sacerdote
7 vezes no altar. Então a gordura era queimada, e o restante era queimado
(nunca comido) fora do arraial "em um lugar limpo" onde o sacrifício era
feito e as cinzas se despejavam.
Lev 4:12
"Enfim, o novilho todo levará fora do arraial a um lugar limpo, onde se
lança a cinza, e o queimará com fogo sobre a lenha; onde se lança a cinza
se queimará."
Os pecados dos líderes
requeriam o oferecimento de um bode. O sangue era aspergido
somente uma vez, e o restante era vertido ao redor do altar como com o
oferecimento queimado.
Os pecados do
povo requeriam animais fêmeas, cabras, cordeiros, rolas, ou
pombas e no caso de ser muito pobre, um oferecimento de grãos era
aceitável só como um oferecimento de manjares.
Os pecados não
intencionais eram difíceis identificar e poderiam acontecer a qualquer
hora, e então os sacerdotes trabalhavam de perto como mediadores com Deus
e o povo e instruíam as pessoas sobre como eles buscariam ao Senhor. No
caso de qualquer pecado cuja oferta não foi trazida diante do Senhor,
havia ofertas para a nação e para o sumo sacerdote que os cobriam de um
modo coletivo. No Dia da Expiação (Yom Kippur) o sumo sacerdote aspergia
sangue no propiciatório para os seus próprios pecados e pelos pecados da
nação.
A oferta pelo pecado era expiação obrigatória pelo pecado
específico, cometido sem intenção. Incluía a confissão e o perdão do
pecado e a purificação da contaminação (nt).
As Ofertas pela Culpa
A Oferta pela culpa era
bem parecida com a oferta pelo pecado, mas a diferença principal era que a
oferta pela culpa incluía uma oferta em dinheiro para alguns
pecados relacionados à fraude ou à ignorância. Por exemplo, se alguém
enganasse sem querer a outrem, bastava o sacrifício, mas se enganava,
ainda que por ignorância, no tocante às coisas sagradas, deveria
acrescentar, ao sacrifício, a restituição em dinheiro. Se o pecado fosse
intencional (mediante dolo ou fraude) em dinheiro, negócios ou
propriedades, o
sacrifício devia ser acrescido da quinta parte,
em dinheiro, para o ofendido. Então ele, além do
sacrifício, reembolsava o que devia ao ofendido, mais
20%.
Lev
6:5-7 "Ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e o restituirá no seu
todo, e ainda sobre isso acrescentará o quinto; àquele de quem é o dará no
dia de sua expiação. E a sua expiação trará ao SENHOR: um carneiro sem
defeito do rebanho, conforme à tua estimação, para expiação da culpa trará
ao sacerdote. E o sacerdote fará expiação por ela diante do SENHOR, e será
perdoada de qualquer das coisas que fez, tornando-se
culpada".
A Tradição Judaica
O
Tratamento dos Animais
Embora o Senhor prescrevesse a matança de
animais para sacrifício e para comida, o tratamento dos animais é de
importância extrema no Judaísmo. O Talmude descreve com cuidado as
minúcias e o detalhe de como um animal seria sacrificado para comida, e os
regulamentos são principalmente determinados por causa do desejo de
proporcionar quanto possível uma morte indolor. O matador não podia
ser um surdo-mudo, ou um menor de idade, e ele devia ser de mente sã
(Chul. 1. 1). A faca deve ser
perfeitamente lisa sem o mais leve entalhe, e "a faca
deve ser testada sobre seus três lados na carne do dedo e na
unha" (ibid.
17b).
Há cinco causas de desqualificação
(ibid. 9a).
[1] Demora
(Heb. shehiyah), deve haver um
contínuo movimento para frente e para trás da faca sem qualquer
interrupção. [2] pressão
(Heb. derasah), o corte deve
ser feito com suavidade, sem o exercício de qualquer força.
[3] inserir
(Heb. chaladah), a faca não
deve ser inserida na carne, mas puxada transversalmente pela garganta.
[4] penetrar
(Heb. hagramah), o corte não
deve ser feito exceto por uma seção prescrita do pescoço.
[5] rasgar
(Heb. ikkur), o corte deve ser
feito sem deslocar a traqueia ou garganta. Qualquer uma destas ações faria
o animal impróprio para consumo, porque teria infligido dor no animal.
O Judaísmo ensina formalmente o cuidado dos animais e um amor e
respeito para com eles. Eles deviam ser alimentados corretamente
(pág. Jeb. 14d), e
"um homem não deve comer a comida dele antes de dar
comida ao seu gado" (Ber. 40a). Isto foi retirado
das Escrituras:
Deut 11:15 " E darei erva no
teu campo aos teus animais, e comerás, e fartar-te-ás."
O Judaísmo ensina o homem a ser grato pelos
animais, porque eles são como modelos para os homens imitar.
"Se a Torah não sido dado a nós para nossa
direção, nós não poderíamos aprender a modéstia do gato, a honestidade da
formiga, a castidade da pomba e os modos do galo"
(Erub. 100b). O Senhor ensinou
a Moisés ter cautela com as ovelhas antes de ele se ocupar em conduzir os
membros do seu povo
(Ex 11.2)
O Culto no Novo Testamento
(nt)
A lei
das ofertas (o rito em si), foi dado no Sinai (Levítico 7:37-38), o que
limita sua aplicação à Antiga Aliança, enquanto que o significado e a
ordenança das ofertas foi dado posteriormente, já num contexto de aliança
(e não de lei), na tenda da congregação, o que traz a aplicação de seu
significado (apontando para o Messias), para a Nova Aliança.
Assim,
este é o Culto no Antigo Testamento. Sendo a Lei a sombra das coisas
futuras (Colossenses 2:17; Hebreus 10:1) obtemos o padrão do Culto no Novo
Testamento ao compararmos princípios da vida de Deus e da vida da Igreja,
no Novo Testamento, com o Antigo Testamento.
Isto ocorreu para que
o significado das ofertas não ficasse no contexto da lei ou da antiga
aliança, mas que sobrevivesse e apontasse, já na sua origem, para a
Nova Aliança.
Dessa
forma, o holocausto nada mais é que o Sacrifício da Cruz, a via de
acesso a Deus, pela Redenção que há em Cristo
Jesus.
A oferta
de comunhão aponta tanto para a necessidade do Novo Nascimento, que
reconhece a bondade e a providência divina e que torna o homem capaz de
verdadeira devoção a Deus, como para a devoção através da contribuição
financeira do converso, nas áreas da oferta alçada, oferta de riqueza,
oferta de gratidão e oferta de primícias. Esta oferta fala de uma
vida que é dedicada a dar, e à generosidade. A oferta de comunhão, ou
oferta de manjares, aponta para a vida da Igreja, descrita em Atos 2:42;
46-47, em que se inclui em perseverar na doutrina dos apóstolos, nas
orações, na comunhão, incluída ai a ceia do Senhor e no estar
juntos, enfim, em ser discípulo, apontando também para as ofertas de
semeadura.
Quanto à
oferta pelo pecado e a oferta pela culpa, a primeira aponta para o
Evangelho Pleno, constante em Isaias 61:1-2 e Lucas 4:18-19: o Evangelho
consiste na boa nova e, na cura interior (curar os quebrantados de coração
- veja Hebreus 4:12-13) e, na libertação (libertação aos cativos de
espíritos malignos) e, na quebra de maldições (por em liberdade os
algemados pelas maldições, hereditárias ou não). Isto se faz confessando
os pecados passados, se arrependendo deles de forma específica, se
convertendo (deixando os pecados - veja Atos 3:19-21), recebendo o perdão
de Deus e a purificação da contaminação dos pecados passados (retidão e
santificação), como na oferta pelo pecado. Já a segunda inclui
restituição diante de Deus, purificação da contaminação, restituição
diante dos homens e pagar multa se for o caso, tanto na restituição a Deus
como na restituição aos homens.
Todas
estas ofertas, pessoais ou financeiras, devem ser praticadas e fazem parte
do Culto no Novo
Testamento.
Um Tipo de Cristo
Toda oferta é um quadro claro de Cristo. Cada uma das 5 ofertas
de Levítico apontavam à Cristo, e Ele era cada uma
delas.
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(nt) = nota do
tradutor |